Nossa História
COMUNIDADE CATÓLICA BOM PASTOR - SURGIMENTO
RESUMO DA HISTÓRIA DA IGREJA CRISTO OPERÁRIO E SANTO CURA D’ARS
RESUMO DA HISTÓRIA DA IGREJA CRISTO OPERÁRIO E SANTO CURA D’ARS
Vila Kenedy - Bangu
( Conheça um pouco mais da História da Vila Kennedy em http://paroquiacristooperario.com.br/site/?p=52)... Em 1964, já com a população acomodada em suas casas, a comunidade começou a se organizar e no mesmo ano, mais precisamente em 08 de agosto de 1964, foi fundada, pelo Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião e do Rio de Janeiro, Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, Paróquia de Vila Kennedy que recebeu como seu padroeiro o Santo Cura D’Ars, seu primeiro pároco o Pe. José Ataualpa.
Em 1967 chegaram os padres Nino Miraldi e Sérgio Minardi, dois italianos que se depararam com a realidade da paróquia , motivo que causou sofrimento a eles diante da pobreza acentuada de um povo marginalizado. Organizaram a comunidade de forma participativa e após um árduo trabalho a Igreja de Vila Kennedy se transformou em vida e comunhão. Pe. Nino que era pároco , pediu ao cardeal que colocasse Cristo Operário como padroeiro da paróquia . O pedido foi atendido e a paróquia passou a ser chamada Paróquia Cristo Operário e Santo Cura D’Ars. As Comunidades de Guandu do Sena, Boqueirão e Catiri tiveram participação mais viva no conjunto pastoral e, assim, surgiram as Capelas Bom Pastor (Catiri), São Sebastião (Vila Catiri) e N. S. do Perpétuo Socorro (Boqueirão ), esta , após muitas mudanças dos padres , foi quase esquecida e acabou sendo ocupada por famílias das proximidades. (retirado do site www.paroquiacristooperario.com.br)
A Capela São Sebastião, construída pouco antes da Capela Bom Pastor, recebeu primeiro o nome de Capela Nossa Senhora da Conceição e, após a reforma e ampliação que sofreu, por sugestão do conselho que então administrava a capela, prontamente aceita pelo padre José Carlos Lino, em homenagem ao senhor Sebastião Paiva de Oliveira, esposo da senhora Cecília, que além de católico fervoroso é um pedreiro que muito tem trabalhado nas obras da comunidade católica, tendo inclusive dirigido os trabalhos de construção daquela capela, passou a chamar-se Capela Nossa Senhora da Conceição e São Sebastião.
A capela situada no Boqueirão chamava-se na verdade, Capela Nossa Senhora da Aparecida e foi construída algum tempo depois da Bom Pastor e da São Sebastião, tendo sido realmente ocupada por famílias locais, ficando a imagem da Santa que lhe emprestava o nome, guardada na casa de um morador da localidade, até que em 1985, em companhia do padre José Arimatéia, a trouxemos para a capela Bom Pastor.
No ano de 1999, na Estrada do Gericinó, na localidade chamada Boqueirão, já na gestão do padre José Carlos Lino, nos foi cedido um pedaço de terra, onde foi construída a capela São Braz , a qual encontra-se também em estado de abandono, conforme se vê na série de fotos a seguir.
No quadro da foto acima, está escrito:
COMUNIDADE CATÓLICA SÃO BRAZ
JESUS ; CAMINHO. VERDADE . VIDA.
RESPONSABILIDADE : ARQUIDIOCESE DO RIO DE JANEIRO - VICARIATO OESTE
PAROQUIA CRISTO OPERÁRIO - CAPELA N.S.DOS NAVEGANTES ( BANGU ) 29/05/99
Esse rápido retrospecto torna-se necessário, para buscarmos as raízes da atual comunidade católica Bom Pastor.
Darcy Sampaio de Oliveira
Jaguaritá Rodrigues de Oliveira
(Postado em Outubro de 2011)
O padre Nino Miraldi, incansável evangelizador, de cujo convívio tivemos o privilégio de usufruir, não poupou esforços no sentido de disseminar a fé católica, e para tanto procurou levantar templos para a prática do ritual, do que resultou a construção das capelas mencionadas na postagem anterior.
Na falta de um lugar bastante amplo para a celebração das missas, o padre Nino, com a devida aquiescência da direção da Escola Municipal Maria Quitéria, passou a fazer uso do pátio daquele educandário, sendo que as cerimônias mais reservadas, como batizado, primeira comunhão, etc., eram celebradas na capela Nossa Senhora da Conceição.
A capela Bom Pastor, embora não tenha sido a primeira a ser levantada, pela proeminência que veio a alcançar, merece ter sua história detalhada, conforme tentaremos fazer a seguir.
No ano de 1969 havia, no Catiri, apenas um templo da igreja batista, erguido em 1965, na rua Monte Alto e alguns “ terreiros “ de culto africano.
O padre Nino, que gostava mais das relações interpessoais que da impessoalidade da relação sacerdote / fiel, sentia-se à vontade visitando-os em suas casas, sabendo, entretanto, da necessidade da construção do prédio onde se poderia reunir a congregação.
Entre os inúmeros fiéis da época, destacava-se, entre outros, Francisco de Assis Maciel, esposo da senhora Vilma, que viria a tornar-se diácono no ano de 1998 e que morava no lote 08 da quadra 04 da rua Rio Real, endereço vizinho ao terreno aonde seria construída a capela Bom Pastor, o qual, em conversa com o padre Nino, informou que os dois lotes vizinhos, ou seja, os lotes 09 e 10, pertenciam a dois marinheiros que talvez os vendessem.
Feito contato, o negócio veio a concretizar-se, passando os terrenos para o domínio da Mitra no ano de 1969, não nos tendo sido possível apurar a data exata, em virtude de o recibo correspondente à transação ter-se extraviado, quando em poder do engenheiro que projetou a construção do atual prédio da igreja, o qual veio a falecer.
Após a aquisição padre Nino mandou construir uma grande cruz em concreto, passando a celebrar as missas ali, ao ar livre.
O início foi muito difícil. A comunidade era bem pequena e pobre, e as contribuições financeiras praticamente inexistentes. Não obstante, padre Nino conseguiu levantar um modestíssimo prédio, lá no fundo do terreno, mobiliando-o com móveis rústicos, sendo bem lembrados os toscos bancos, constituídos de uma tábua de obra com pés, sem encosto, como se vê nas fotos a seguir :
Vista externa panorâmica da capela Bom Pastor
Foto tirada na segunda metade da década de 80 do século passado.
Histórias Tiradas do Blog
http://ninomiraldi.blogspot.com.br/
Vista externa panorâmica da capela Bom Pastor, em foto tirada na primeira metade da década de 70 do século passado.


Foto do interior da capela , focalizando o altar e, na parte inferior à direita, uma pequena amostra dos modestos bancos que a guarneciam. As manchas observadas nas fotos devem-se à ação do tempo, afinal já se passaram quase quarenta anos.

Foto do Padre Nino MiraldI, durante uma cerimônia realizada no dia 05 de março de 1976.
A energia elétrica foi cedida por um vizinho distante, o senhor Moacir Joaquim da Silva, tendo o padre Nino mandado esticar os fios, que passavam por sobre o rio Sarapuí ( Então chamado “ rio das tintas “), passando a pagar, integralmente, a conta da luz.
A capela não dispunha, na época, de água encanada.
O padre Nino, além das visitas que fazia aos moradores da localidade, não raro se punha à frente do templo, identificando católicos e convidando-os a participar das cerimônias, conforme testemunho presencial da co-autora desta narrativa.
Muitas das vezes as missas eram celebradas com a participação de apenas cinco ou seis pessoas, sempre rigorosamente nos horários determinados, condição da qual o padre Nino nunca abriu mão.
A imagem mostrada a seguir é cópia do documento expedido pelo Departamento de Edificações do, então, Estado da Guanabara, para legalização e ampliação do prédio .
A partir do ano de 1970, em obediência ao que fora preconizado no Concílio Ecumênico Vaticano II, padre Nino implantou as Comunidades Eclesiais de base e os Círculos Bíblicos na comunidade, passando, além de promover o estudo em grupo das boas novas do evangelho, a conscientizar as massas, incentivando a criação de sindicatos de trabalhadores e associações de moradores, visando reivindicar os direitos da cidadania.* 01
Para a realização dos círculos bíblicos, o padre Nino nunca utilizava as dependências da igreja, preferindo realizá-los nas casas dos paroquianos, sendo escolhida, em cada reunião, em qual casa se daria a reunião seguinte, sempre com a presença do padre, o que resultou em grande integração entre os paroquianos, formando-se algo semelhante a uma grande família, da qual muito nos orgulhamos em participar.
No Ano de 1980 o padre Nino, a pedido, foi transferido para a diocese de Nova Iguaçu, onde poderia dar continuidade ao seu trabalho, apoiado que era pelo cardeal Dom Adriano Hipólito, tornando-se pároco da paróquia São José Operário e responsável pela paróquia de Santo Elias, onde residiu e permaneceu até sua morte, em 29 de julho de 1990.
· 01 – A nossa Associação dos Moradores do Catiri e Adjacências, existente até os dias atuais, teve o seu berço na pregação daquele admirável sacerdote.
A ênfase dada à gestão do padre Nino deve-se, em princípio, a ter sido ele o formador da comunidade católica local e depois, em razão de as sementes que ele, tão amorosamente plantou e irrigou, continuarem, tantos anos depois, a dar preciosos frutos.
Contemporânea do Padre Nino, além dos padre Sérgio Minardi e Giacinto Miconi, foi também a irmã Maria Emilia, já falecida, que era membro do Conselho Comunitário da Vila Kennedy e nunca deixou de dar assistência aos moradores da comunidade do Catiri.
Apesar das inúmeras pesquisas, não conseguimos descobrir o paradeiro do padre Sérgio Minardi e quanto ao padre Giacinto Miconi, com quem até hoje mantemos contatos esporádicos, é pároco da igreja Nosso Senhor do Bonfim, em Engenheiro Pedreira, distrito de Japeri.
No ano de 1981 tivemos, por um breve período de tempo, como pároco da Vila Kennedy, o padre Teixeira, que logo passou a vigário episcopal e, como celebrante, o padre Joca.
O seu tempo de permanência foi tão curto que não temos, na memória, seus nomes completos, sabendo apenas que monsenhor Teixeira veio a falecer, e quanto ao padre Joca, em que pesem as diligências realizadas, não logramos descobrir seu atual paradeiro.
Aproximadamente na mesma época tivemos como celebrantes o padre Florisval, que pouco depois retornou à sua terra natal, a Bahia, e o padre Rafael, da igreja do Guandu do Sena, o qual, segundo informes, é já falecido.
Ainda em 1981 recebemos, como vigário, o padre Silas Pereira Vianna, mais tarde Capelão Militar da Aeronáutica, onde alcançou o posto de coronel, estando já reformado, celebrando atualmente na igreja Nossa Senhora do Loreto, na Ilha do Governador.
De 1982 a 1983 tivemos como vigários os padres Parampathu Kuncheriva ( padre Tiago), indiano, que hoje se encontra na igreja Santa Sofia, em Kosmos e José Peekkunnel Francis ( Padre Kalapura), também indiano, hoje na igreja Nossa Senhora da Conceição, em Ramos.
Em 1983 tivemos como pároco o Padre Luiz Antonio Pereira Lopes, hoje vigário episcopal, que agora celebra na igreja Santa Rosa de Lima, no Jardim América.
Em outubro de 1985 recebemos, como pároco, o padre Marcos Antonio Correa Pinto Duarte, atualmente na igreja São Conrado, na Gávea.
No mesmo período tivemos, como vigário, o padre José Arimatéia Alves da Silva, hoje na igreja Nossa Senhora de Copacabana.
Em 1987 recebemos o padre Thomas Chacko, indiano, hoje na igreja Santa Cecília, em Braz de Pina.
No ano de 1989 recebemos, como pároco, o padre José Carlos Lino de Souza e como vigários, os padres Afonso Henriques Salgado Chrispim, hoje na paróquia São Rafael Arcanjo, em Vista Alegre e Pedro Cunha Cruz, hoje Bispo, que celebra na igreja Santa Rita de Cássia, no centro da cidade do Rio de Janeiro.
No ano de 1997 recebemos, como celebrante o padre José Mazine Rodrigues, hoje cônego, que celebra na igreja São Benedito, em Pilares.
De 27 de julho de 2010 a 28 de fevereiro de 2011, tivemos como vigário, o primeiro a residir na nossa comunidade, o padre Geraldo Magela Vieira, hoje vigário na igreja do Coração Eucarístico, em Santíssimo.
Com a vinda do padre Geraldo passamos a ter assistência espiritual em tempo integral, fazendo com que aumentasse muito a freqüência de fiéis, com a celebração de seis missas por semana, além das visitas aos enfermos e aos idosos sem condição de locomoção, o que encheu a comunidade de entusiasmo e esperança.
E por último recebemos, primeiro como diácono e depois como vigário, o padre Diogo Rodrigues Oliveira, que celebrou sua primeira missa em nossa igreja, como vigário, no dia 10 de agosto de 2011.
Na gestão do Padre Marcos Antonio Correa Pinto Duarte, em 1985, a duras penas, conseguimos adquirir quatorze bancos, maiores, mais confortáveis e, evidentemente, mais caros, do que aqueles dos quais, até então, nos havíamos servido.
Mais tarde recebemos mais bancos, igualmente confortáveis, doados pela igreja da Vila Kennedy e pela igreja São Lourenço.
Durante a gestão do padre José Carlos Lino de Souza foi feita a reforma da capela Nossa Senhora da Conceição, cujas imagens mostramos nas páginas seguintes :

Foto da parte externa da capela Nossa Senhora da Conceição, antes da reforma pela qual passou no ano de 1995.

Foto da fachada da capela Nossa Senhora da Conceição e São Sebastião nos dias de hoje, procurando respeitar o mesmo ângulo usado na foto de antes da reforma.

Foto do interior da capela, nos dias de hoje.

Foto do interior da capela, nos dias de hoje.
Infelizmente não conseguimos obter fotografia do interior da capela Nossa Senhora da Conceição e São Sebastião, antes da reforma.
Ainda na gestão do padre Lino foram construídos o novo prédio da capela Bom Pastor e o conjunto de salas atualmente usado para ministração de aulas de catecismo e outras atividades, conforme podemos ver nas fotos exibidas nas páginas seguintes :
Foto da parte externa do templo, nos dias de hoje.

Foto do conjunto de salas, localizado à direita do terreno.

Na parte superior do prédio do templo foi construída uma casa paroquial constituída de sala, dois quartos, cozinha e dois banheiros, além de um espaço maior reservado a eventuais reuniões, estando os cômodos com as paredes sem emboço, aguardando acabamento.
Vista parcial do salão de reuniões, anexo à casa paroquial.

Interior da Capela Bom Pastor, nos dias atuais.

( Detalhe digno de nota : O crucifixo fotografado sobre o altar, ao fundo da foto, é o mesmo que ornava o antigo prédio da capela, exibido na página 04 )
Realizada também na gestão do padre Lino a construção da capela São Braz, fotografada e descrita no início desta narrativa.
Sementes de boa procedência, terreno fértil e a nossa modesta comunidade dá seus benditos frutos :
- Dois padres : Padre Élson Ferreira do Nascimento, nascido em 03 / 11 / 1963, foi ordenado em 24 / 06 / 1995 e é pároco da igreja Santa Rita de Cássia, em Jardim Palmares, Paciência; Padre Alan Dias de Oliveira, nascido em 08 / 03 / 1978, foi ordenado em 01 / 10 / 2005 e é pároco da igreja São Marcos , na Barra da Tijuca.
- Um seminarista : Thiago Felipe Guimarães Ramos, está no seminário maior São José.
O relato acima se baseou, além da vivência dos narradores, nas memórias das pessoas mais velhas da comunidade, muito pouco tendo sido encontrado na forma escrita.
Muitas vezes somos traídos pela memória, portanto pedimos aos leitores que, se por acaso tiverem conhecimento de fato que complemente ou contrarie a narrativa nos comuniquem, para a devida correção.
Agradecemos.
Darcy Sampaio de Oliveira
Jaguaritá Rodrigues de Oliveira
Escrito em outubro de 2011.